PERÍNEO - CUIDADOS FEMININOS

PERÍNEO - CUIDADOS FEMININOS 

Você cuida da saúde do seu períneo!?

 

 

 

O assoalho pélvico, conhecido também como períneo, são um grupo de músculos e ligamentos localizados na região inferior da pelve.

O períneo é um músculo como outro qualquer do corpo. Ele possui, tônus muscular, elasticidade e inervações. Portanto, pode ser fortalecido, sofrer de fraqueza muscular e ter alterações  locais por conta da sua inervação.

Nós mulheres, muitas vezes, vamos atrás de exercícios físicos para fortalecer os músculos do corpo no geral em academias, aulas de yoga e Pilates, danças ou algum tipo esporte. Entretanto, o músculo períneo fica escondido e ignorado. 30% das mulheres nem sabem contrair estes músculos.

Os músculos do períneo, no passar dos anos, vão perdendo seu tônus muscular naturalmente, assim como o músculo tríceps braquial, o famoso “músculo do tchauzinho”,  que vai ficando flácido. É o mesmo mecanismo. A diferença está nas funções que cada um deles exerce no corpo.

O assoalho pélvico é responsável por sustentar os órgãos intra-abdominais, como a bexiga e o útero, e fazer a contenção urinária, por exemplo. Sua função é importantíssima na saúde da mulher. E quem se preocupa com isso? Quem conhece suas funções? Afinal, o que isso tem de importante?

 

Algumas década atrás, a mulher engravidava entre 17-22 anos de idade. Nos dias atuais, as mulheres estão esperando cada vez mais para engravidar, em média com 35 anos, podendo chegar aos 40 anos tranquilamente. Mas o seu períneo, que nunca foi trabalhado, já não é mais o mesmo, já não tem mais o mesmo tônus muscular. Muitas mulheres, mesmo as que nunca pariram até os 40 anos, relatam ter pelo menos um leve grau de incontinência urinária, isso graças ao tônus muscular enfraquecido pelo tempo e algumas disfunções pélvicas por posturas inadequadas adquiridas recentemente (como ficar sentada muito tempo apoiado sobre a lombar ao invés dos ísquios) ou até mesmo por algum trauma na região.

 

Durante os nove meses de gestação, o útero vai crescer conforme o bebê vai se desenvolvendo dentro dele. Sobre o períneo, que forma como se fosse uma rede de sustentação para os órgãos internos, há uma sobrecarga de todo o peso extra do útero, placenta e bebê, assim como o peso corporal geral da mulher (líquidos, sangue e gordura corporal). No terceiro trimestre de gestação é muito comum a incontinência urinária. Cerca de 50% das gestantes apresentam incontinência urinária. Entretanto, a perda involuntária de urina é comum mas não é normal. Vale ressaltar que a incontinência urinária ocorre durante a gestação e persistem, na maioria dos casos no pós-parto por até 15 anos ou mais. Portanto, a incontinência urinária nas mulheres que já tiveram filhos independe da via de parto (natural, normal ou cesárea).

 

Mas a história do períneo não acaba por aqui.

O períneo é um dos músculos responsáveis pela estabilização segmentar. Ele atua conjuntamente com o músculo transverso do abdome, diafragma e multífidos (pequenos músculos da coluna vertebral) para estabilizar o quadril e a coluna lombar. As contrações desse conjunto de músculos estabilizadores são ativados milissegundos antes de qualquer movimento do corpo (os quais são feitos pelos músculos globais), estabilizando as articulações para que possa ocorrer o movimento com precisão, dentro da sua amplitude normal e sem sobrecarga. Isto que dizer, que antes mesmo de se mexer o braço direito, por exemplo, o transverso do abdome é ativado milissegundos antes para estabilizar o tronco e o quadril. Portanto, uma disfunção, trauma e fraqueza muscular perineal, interfere negativamente no resultado final da função estabilizadora geral do corpo. Muitos estudos científicos relatam que uma disfunção severa no períneo pode levar a dor na região lombar, a longo prazo, por conta desta integração muscular.

 

E no parto? O que acontece com o períneo?

O parto é um evento natural e fisiológico. Toda mulher foi feita para parir. O bebê se encaixa na pelve e ocorre a dilatação do colo uterino. Em seguida entra em cena as contrações e os puxos (vontade de fazer força para expulsar o bebê). O bebê vai descendo e rodando até coroar, enquanto o períneo vai se amoldando. Neste momento, o períneo está no seu alongamento máximo (o famoso “círculo de fogo”). E assim o bebê nasce: passa a cabecinha, os ombros, o corpo e os membros inferiores. O períneo foi feito para esse mecanismo. Entretanto, por alguns motivos, ainda podem ocorrer pequenas a grandes lacerações perineais e até mesmo a episiotomia.

 

Essas lesões/traumas perineais deixam marcas no tecido muscular – a cicatriz. Estas marcas desencadeiam outras disfunções:

1) maior grau de fraqueza muscular pelo próprio trauma muscular,

2) diminuição da elasticidade muscular no local da cicatriz. Isto significa que para um próximo parto, pode não ocorrer laceração no mesmo local da cicatriz anterior (o que não é frequente), entretanto, a falta de elasticidade nesta cicatriz faz com que aja uma sobrecarga na musculatura ao redor para compensar esta falta. Lembrando que esta cicatriz pode ser trabalhada com liberações teciduais com técnicas manuais específicas.

3) e inibição dos músculos estabilizadores locais. Ocorre uma inibição da função estabilizadora do próprio períneo imediatamente na hora do trauma, e consequentemente, nos seus companheiros transverso do abdome e multífidos da coluna vertebral, a longo prazo.

 

E na cesárea?

Muitos devem pensar que por este ponto de vista a cesárea seria melhor. Mas o cenário não é muito diferente. O corte cirúrgico feito na região inferior do abdome é justamente feito em cima do músculo transverso do abdome, que tem ligações diretas com o períneo, como dito anteriormente. Este corte também acarreta inibição imediata da função estabilizadora e consequente disfunções em todo sistema de estabilização segmentar, enfraquecendo especificamente o períneo através da inervação. E mais uma vez temos um períneo afetado com consequente fraqueza muscular e incontinência urinária futura.

 

E para finalizar - o pós-parto.

Qual o cenário mais comum em um pós-parto?

- Um períneo com idade média entre 30-40 anos (baixo tônus muscular).

- Um períneo que nunca foi trabalhado.

- Um períneo que já sofreu muita sobrecarga na gestação.

- Um períneo que pode ter sofrido laceração ou episiotomia.

 

Além de todo este cenário, entra mais um agravante para o períneo – a flacidez do abdome. O abdome também participa de todo o conjunto da estabilização segmentar, como dito anteriormente. É por isso que muitas mulheres no pós-parto relatam que tentam fazer exercícios abdominais e não conseguem fortalecer o abdome. É simples o mecanismo. Enquanto este períneo (ou transverso do abdome, no caso da cesárea), associado ao estiramento máximo das fibras musculares do abdome, estiver fragilizado, este abdome não será ativado facilmente para ganhar tonificação e força muscular.

 

E o peso extra do bebê fora do corpo? Carregar o bebê no pós-parto é outro peso extra sobre o períneo fragilizado. As posturas inadequadas com a coluna curvada para pegar o bebê seja do berço, ao entrar e sair do carro, dar banho na banheira, entre outras, são corriqueiras e para isso seria necessário a estabilização da coluna e pelve, o que também está prejudicado na mulher no pós-parto.

 

Por isso o períneo é a chave da saúde da mulher. Através dele é possível equilibrar e desequilibrar as estruturas do corpo.

 

Parece uma história aterrorizante, mas o mais comum é termos uma mãe que sofre de incontinência urinária (mesmo que seja mínima a perda de urina), dores na coluna (cervical, torácica ou lombar) e que tem algum tipo de disfunção sexual (como uma simples dor durante a relação sexual). E é tão comum que se torna banal.

 

É o que se tem no mundo das mulheres, mas ninguém comenta. Ninguém conversa sobre este assunto. Nenhuma mulher apresenta seu períneo para uma outra mulher. As mães não tem tempo para sentir seu corpo. As mulheres acham normal ter escape de urina, dores na coluna e algum tipo de dor na relação sexual.

 

Mas não é normal, é infelizmente, comum.

 

Vamos conversar sobre períneo?

Um períneo saudável e bem cuidado passa a vida toda com suas funções de origens trabalhando de forma eficiente.

Procure um fisioterapeuta especialista na saúde da mulher e faça uma avaliação do assoalho pélvico.

 

 

Fisioterapeuta Dra. Lilian Sarli

Mestra pela Unicamp / Ortopedia e Medicina Esportiva
Crefito: 123955 - F
 
Gestação Saúde
 

Paulínia - (19) 3874-2134 / (19) 99267-3331  

 

O PARTO E A DOR

 

O PARTO E A DOR 

QUAL O SIGNIFICADO DA DOR PARA VOCÊ?

 

As definições de dor variam, mas em geral, se resumem a duas: 

“Resposta resultante da integração central de impulsos dos nervos periféricos, ativados por estímulos locais.” 

“Experiência sensorial e emocional desagradável associada aos danos reais ou possíveis ao tecido ou em relação a esses danos.”

 

A “dor” é muito conhecida do ser humano e muito temida. Ela é cultural e subjetiva, pode somente ser descrita com as palavras individuais de cada pessoa. Cada um expressa de uma maneira e a dor pode ter vários significados.

 

 

QUAL A IMPORTÂNCIA DA DOR?

 

A dor existe para nos mostrar que algo não está funcionando bem. Só sabemos que temos uma infecção urinária, cárie nos dentes, otite, entre outras patologias, através da dor. Portanto, ela é muito importante para nós funcionando como um sinal de alerta.

 

PRECISAMOS CONVIVER COM A DOR?

 

Nos dias atuais, com o avanço da medicina e indústria farmacêutica, não precisamos ficar sentindo a dor. Quando descobrimos o motivo da dor podemos eliminá-las com algum tipo de remédio. Mas isso é bom, não sentir a dor? 

Para algumas patologias que não tem cura é fundamental, entretanto, para outras podem camuflar a patologia aliviando-se a dor. Este é o famoso modelo de tratamento do efeito e não da causa.

Em uma hérnia de disco, por exemplo, o mais comum é tomar um antiflamatório para aliviar imediatamente a dor, que é muito intensa. Uma hérnia de disco significa que um segmento da coluna está sendo sobrecarregado a anos por causa de uma disfunção articular. Quando tomamos o antinflamatório, além de não tratarmos a disfunção articular, continuamos nossas rotinas sobrecarregando ainda mais esta hérnia, mas agora sem a dor. 

No parto podemos escolher eliminar a dor ou passar por este momento transformador. Se eliminarnos a dor, o que estariamos camuflando em um parto?!

 

DOR DO PARTO 

Ela existe? Como ela é? Qual a sua importância?

 

Para quem nunca pariu ou nunca sentiu a dor do parto provavelmente vai tentar adivinhar o tipo/intensidade da dor através da comparação com outra dor que já sentiu alguma vez na vida. Tentarão comparar com uma dor de cólica renal ou uma dor de dente muito forte, uma dor de torsão no tornozelo ou até mesmo a dor de uma fratura. E por fim, tentarão lembrar do relato de alguma mulher que falou sobre a dor do seu parto. 

Mas, a realidade é que a dor do parto é única, cada mulher sentirá ou não de uma forma diferente, dependendo do que o parto significará para ela. 

Entretanto, é importante ressaltar que a dor do parto é a única dor fisiológica do corpo, que não está associada a nenhuma lesão ou patologia. Ela é simplesmente uma “dor saudável”.

 

A dor do parto:

 

- É inteligente, porque não é uma dor contínua. Ela é intermitente, cíclica. Começa bem fraca, vai aumentando a intensidade da dor até atingir seu auge e começa a diminuir até sessar a dor. Quando existe a dor, ela ocorre nas contrações. E há um momento de pausa entre as contrações para a mulher se concentrar, relaxar, descansar, se conectar com o bebê e absorver o que está acontecendo com o seu corpo e seu bebê. 

- Trás a mulher para o presente. Mantém a mulher na hora do parto em alerta, mostrando o tempo todo que o seu bebê está ali, trabalhando aos poucos para sair do útero e ir direto para o seu colo. Eu costumo dizer que é como se o bebê dissesse: “- Mamãe, estou aqui, estou chegando aos poucos para perto de você!”. 

- Ela tem um objetivo claro que é trazer ao mundo um bebê. 

- A dor faz parte do crescimento da mulher. É um momento de transição e transformação de mulher para uma mulher que se torna mãe. 

- Tem começo, meio e fim.

 

Não existe outra dor tão sabia quanto a dor do parto!

 

POR QUE EXISTE TANTO MEDO DA DOR DO PARTO?

 

Simplesmente porque nós achamos que conhecemos a dor do parto. Quem nunca pariu não conhece a dor do parto, mas tem medo porque conhece a palavra dor por outros motivos. Nós comparamos a dor do parto à experiências de dor negativas que já tivemos na vida.

 

Também temos medo da dor do parto por razão cultural que vai passando de geração para geração: 

- porque nos foi ensinado de que sentir dor no parto é uma punição para a mulher e que precisamos sofrer para parir;

- porque existem muitas experiências negativas de parto que são enfatizadas e enraizadas de de geração em geração;

- porque falta conhecimento da fisiologia do corpo e consciência corporal;

- porque falta acreditarmos na natureza, que ela é perfeita;

- porque simplesmente acreditamos que temos que sofrer para parir.

 

O QUE CAUSA A DOR DO PARTO?

 

Acredita-se que a dor do parto é resultado da dilatação do colo uterino e das contrações ritmadas do útero. 

Na primeira fase do trabalho de parto, o hormônio prostaglandina é responsável pela dilatação do colo uterino. Nesta fase a dor costuma ser forte, aumentando a cada dilatação até chegar aos 10 cm de dilatação total do colo do útero. 

Na segunda fase do trabalho de parto, o hormônio ocitocina é responsável pelas contrações uterinas para o expulsivo do bebê, são os puxos que entram em cena. Nesta faze, a dor costuma diminuir um pouco de intensidade ou até mesmo não existir. 

Se houver alguma intercorrência e desequilíbrio da produção e liberação desses hormônios é possível que a dor seja elevada e a mulher continue com dores muito fortes até o final do expulsivo.

 

O QUE PIORA A DOR NO PARTO?

 

- Desequilíbrios da liberação hormonal da prostaglandina e ocitocina.

 

- Medo: medo da dor, medo do corpo não funcionar, medo de não conseguir parir, medo de acontecer alguma coisa ruim com o bebê, medo de não ser uma boa mãe, traumas, entre outros medos. 

O medo tem o poder de interromper o processo natural do parto, porque ele é capaz de fechar o corpo para o inserto mandando informações negativas para o cérebro.

Trabalhar na pré-gravidez e/ou gestação a consciência corporal, manter a mente tranquila, manter contato com seu bebê sentindo a intuição - instinto mamãe-bebê e acreditar na perfeição da natureza trás segurança, confiança e empoderamento para a mulher. Não há lugar para o medo.

 

- Tensão muscular: medo, estresse, barulho, luz forte, cansaço e exaustão, disfunções musculo-esqueléticas anteriores, contração excessiva muscular, fechamento do corpo.

Um corpo relaxado faz com que os músculos, cápsulas e ligamentos fiquem relaxados, sem tensões, deixando as aritculações mais maleáveis para a abertura da pelve facilitando o encaixe do bebê na pelve e a passagem dele pelo canal vaginal.

 

O QUE TRÁS MEDO E TENSÃO MUSCULAR EXCESSIVA?!

 

- falta de informações adequadas;

- falta de apoio do companheiro/família;

- equipe não humanizada;

- ambiente desfavorável, desagradável;

- falta de consciência corporal;

- entre outros.

 

POR QUE É IMPORTANTE SABER LHE DAR COM A DOR DO PARTO?

 

- Para evitar uma analsegia desnecessária. A analgesia está diretamente relacionada a uma “cascata” de intervenções na mamãe e no bebê. 

- Para evitar o “sofrimento” desnecessário. 

- Para a mulher poder desfrutar deste momento tão importante e transformador, poder se entregar de corpo e alma e sentir todas as informações que seu bebê está passando.

 

COMO PODEMOS “ABRAÇAR” A DOR DO PARTO? 

 

Existem diversas técnicas que podem ser trabalhadas com a mulher na gestação para o trabalho de parto.

 

- Consciência corporal. Quanto mais a mulher conhecer o seu períneo e o seu próprio corpo, seus limites e suas necessidades, mais segura e confiante ficará no trabalho de parto. Existem exercícios específicos que podem ser feitos para aumentar a propriocepção do corpo e do períneo.

 

- Mobilidade articular. Toda articulação tem uma determinada amplitude de movimento.

Entretanto, nas últimas décadas, as posturas adotadas no dia-a-dia, principalmente para ficar sentado um dia inteiro na frente de um computador, faz com que a maioria das pelves e sacros fiquem retrovertidas (“nádegas encaixadas para dentro”) na maioria das mulheres diminuindo esse jogo articular na região. Além da postura, existem as lesões na sacroilíaca, como quedas sentado em cima do cóccix que diminui a mobilidade articular. Esta posição em retroversão e lesões pré-existentes no quadril é desfavorável para o parto.

É importante que todas as articulações estejam liberadas, funciondando dentro da sua amplitude articular normal, para a pelve se adaptar durante o trabalho de parto e se abrir com o encaixe, descida e saída do bebê.

Existem exercícios e técnicas de terapia manual como a Osteopatia que liberam estas articulações.

 

- Relaxamento. Quanto mais relaxada a mulher estiver no trabalho de parto, mais relaxado os músculos, cápsulas e ligamentos estarão para a pelve se abrir.

Para ganhar relaxamento, existem diversas técnicas que podem ser trabalhadas: massagens, água morna do chuveiro ou banheira, técnicas de vocalização e de respiração, meditação, hipnose, entre outras.

 

- Equipe humanizada. Somente com uma equipe humanizada é póssível ter um parto respeitoso. É preciso respeitar a fisiologia natural do parto, respeitar as vontades da mulher, respeitar o tempo do bebê. É preciso ter um ambiente favorável, silencioso, com luz baixa, sem estresse. É preciso esperar, esperar, esperar. É preciso calma.

 

- É preciso mudar a forma como vemos a dor. A palavra dor é negativa, porque só temos experiências negativas com esta palavra na vida. Podemos falar, então, de ondas energéticas. Cada contração trás uma onda de energia positiva no útero tão forte que podemos sentir na alma a sua profundidade. É preciso deixar esta onde vir, fazer o seu papel de alerta e comunicação, e deixar ela transformar seu corpo. A dor é bem-vinda. A cada contração esta onda energética trás o seu filho para mais perto de você. 

 

DEFINIÇÃO DE PARTO

 

Parto é ocitocina. Ocitocina é amor. Parto é amor.

  

“A DOR É INEVITÁVEL MAS O SOFRIMENTO É OPCIONAL” (Tim Hansel)

 

Fisioterapeuta Dra. Lilian Sarli

Mestra pela Unicamp / Ortopedia e Medicina Esportiva
Crefito: 123955 - F
 
Gestação Saúde
 

Paulínia - (19) 3874-2134 / (19) 99267-3331  

DIA INTERNACIONAL DA(O) OBSTETRIZ

DIA INTERNACIONAL DA(O) OBSTETRIZ

PARABÉNS A TODAS AS PARTEIRAS QUE RESPEITAM O NASCIMENTO

 

Dia 5 de maio é comemorado o dia da obstetriz, nossas parteiras queridas. E qual a importância deste profissional para nós mulheres? Muita! E se levarmos em conta que todas as pessoas, mulheres e homens, nascem de uma mulher, então seria correto afirmar que esta profissão é importante para os homens também.

 

As obstetrizes têm um papel fundamental em promover o cuidado especial com a gestante e seus familiares bem como auxiliar o nascimento. São diversas as qualidades e fatores que os tornam importantes. Entretanto, pontuarei aqui a importância deste profissional como auxiliares à gestante na hora do parto.

As pesquisas vem comprovando três abordagens fundamentais para um parto respeitoso e saudável tanto para as mulheres quanto para os bebês:

 

- Posição da mulher no trabalho de parto;

- Posição do parto que afeta diretamente o períneo;

- Tipo de parteira presente na hora de parto que faz toda diferença para os dois itens citado à cima.

 

A escolha e a decisão da posição do parto deve ser tomada pela mulher em parceria com as obstetrizes, uma vez que estas parteiras tem o conhecimento dos riscos e benefícios de cada uma das posições (de lado, sentado, de cócoras, em pé, etc).

Cada posição é única e os estudos vem demonstrando a importância e as diferenças entre cada uma delas. Além disso, cada mulher é única. Sabe-se que algumas posições, mesmo que sejam incomuns, são fundamentais para que o parto seja facilitado. A mulher com boa consciência corporal irá buscar essa posição por instinto, entretanto, a sensibilidade, a experiência e o profissionalismo das obstetrizes podem e devem auxiliar as mulheres se necessário.

 

Lacerações perineais e episiotomias também estão relacionados tanto com a posição na hora do parto quanto com o tipo de parteira.

Algumas posições podem facilitar o parto vaginal e os benefícios são muitos: redução do tempo do trabalho de parto ativo, redução das taxa de parto assistido, menos episiotomias, menos padrões anormais de frequência cardíaca fetal e um períneo intácto.

As pesquisas também vem mostrando que as parteiras realizam menos episiotomias comparados com médicos obstetras não humanizados. É justificável se levarmos em conta que os médicos tradicionais não levam em conta a fisiologia do corpo da mulher e do parto. A posição de litotomia (deitada na maca de barriga para cima e com a pernas abertas) é a posição mais comum entre eles, totalmente desfavorável para um parto via vaginal. E o resultado já esperado é maior taxa de lesão perineal e episiotomia. Evidências revelam uma forte associação entre as posições não-supinas (que não são de barriga para cima) com a diminuição do trauma perineal.

 

As mulheres que tem a oportunidade de  assumir diversas posições durante o trabalho de parto tem uma satisfação maior com a experiência do nascimento, o que afeta diretamente a saúde fisiológica da mãe e do bebê, bem como o bem-estar psicológico da mãe. Além disso, tem estudos mostrando que a posição do parto também é um fator importante nos resultados no o pós-parto.

 

Os resultados das pesquisas são surpreendentes quanto a mulher poder optar por quais posições ela pode assumir no trabalho de parto ativo e expulsivo:

 - Quase três vezes mais mulheres que pariram nas posições não-supino (60%) ficaram com um períneo intacto em comparação com as mulheres do grupo supino (posição de litotomia) (22%).

 - Lacerações perineais no grupo não-supino foram limitado ao primeiro grau (30%), enquanto que as mulheres no grupo supino sustentaram lacerações mais graves (67%);

 - Mulheres que pariram nas posições não-supino tiveram menos lacerações perineais de segundo e terceiro grau (e não tiveram lacerações de quarto grau) em comparação com mulheres que deram à luz na posição supina.

 - Em geral, a posição lateral foi associada com a maior taxa de períneo intacto (66,6%) .

 

            O parto é um evento único. Quando respeitamos o corpo, a fisiologia natural do corpo e do parto, e o instinto da mulher, a natureza traz ao mundo um bebê da melhor maneira possível. A humanização no parto é fundamental. Uma equipe conectada e que respeita a decisão e as escolhas da parturiente trás muitos benefícios físicos e psicológicos tanto para a mãe quanto para o bebê.

 

Portanto, o papel da obstetriz para a vida de cada um de nós é trazer mais respeito e mais consciência no parto para um mundo melhor; para a parturiente é dar à ela a oportunidade de se transformar como mulher em mãe, deixando-a ser protagonista do seu próprio parto; e para o bebê é prover um nascimento respeitoso e com muito amor.

 

E viva o dia internacional das parteiras! Por um mundo mais humanizado!

  

REFERÊNCIAS

Terry RR1, Westcott J, O'Shea L, Kelly F. Postpartum outcomes in supine delivery by physicians vs nonsupine delivery by midwives. J Am Osteopath Assoc. 2006 Apr;106(4):199-202.

Shorten A1, Donsante J, Shorten B. Birth position, accoucheur, and perineal outcomes: informing women about choices for vaginal birth. Birth. 2002 Mar;29(1):18-27.

Meyvis I1, Van Rompaey B, Goormans K, Truijen S, Lambers S, Mestdagh E, Mistiaen W. Maternal position and other variables: effects on perineal outcomes in 557 births. Birth. 2012 Jun;39(2):115-20. doi: 10.1111/j.1523-536X.2012.00529.x. Epub 2012 May 17.

 

Fisioterapeuta Dra. Lilian Sarli

Mestra pela Unicamp / Ortopedia e Medicina Esportiva
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Gestação Saúde
 

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DOR PÉLVICA NA GRAVIDEZ

GRAVIDEZ RELACIONADA COM A DOR PÉLVICA

 

“Dor na pelve” é muito conhecida entre as mulheres durante a gestação. O termo foi definido como um sintoma geral de dor persistente localizada na pelve, com duração de vários meses. Há muitos estudos dedicados à este tema durante as duas últimas décadas. O resultado das pesquisas é muito interessante:

 

- Metade de todas as mulheres grávidas sofre de dor na pelve;

- Em algumas mulheres gestantes a dor na pelve leva à incapacidade grave;

- Os intervalos de taxas de prevalência é de 4% à 90%, com mediana de 50%;

- Quase 10-75% das mulheres tem dor que persiste por 1-3 meses após o parto;

- As mulheres têm dificuldade para andar e são, frequentemente, incapazes de percorrer grandes distâncias;

- As atividades com maiores dificuldades foram: atividades domésticas relacionadas com as crianças, trabalho, lazer / passatempos, exercícios, e relações pessoais ou vida conjugal.

- A dor pélvica é um forte fator de risco, não só no que diz respeito à ocorrência de dor, mas também no que diz respeito à intensidade da dor e a duração de dor em uma gravidez futura.

- A multiparidade é um fator de risco moderadamente importante para ter dor na pelve, mas é um fator importante na determinação da duração do período de dor e é relacionada com a intensidade da dor no final da gravidez.

 

A mais antiga explicação de dor pélvica veio de Hipócrates (460-377 aC). Sua teoria era que um relaxamento irreversível e alargamento da pelve ocorrem com a primeira gravidez e que resulta em instabilidade das articulações sacroilíacas e que, por sua vez, levam à inflamação sintomática.

 

A dor na pelve ocorre, geralmente, durante a gravidez ou nas primeiras três semanas após o parto, e mostrou-se mais elevada na segunda e posteriores gestações.

 

E por que tantas mulheres sofrem com a dor na região da pelve?

 

- A maioria das hipóteses baseiam-se na carga alterada, resultante do aumento de peso e diminuição da estabilidade da cintura pélvica devido a alterações hormonais durante a gestação;

 

- O relaxamento da articulação pélvica causa insuficiência pélvica durante a gravidez e após o parto.

 

- Outros estudos ainda apontam que gestantes com dor pélvica tem movimentos aumentados nas articulações pélvicas, o que resulta em consequências negativas com diminuição na eficiência da transmissão de carga e o aumento da forças através das articulações. Existe a possibilidade de que essas forças de cisalhamento aumentadas são responsáveis ​​pela dor em mulheres grávidas com dor na cintura pélvica.

 

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

 

A dor na pelve nas mulheres gestantes está diretamente relacionada com instabilidade capsulo-ligamentar e muscular tanto na região da pelve quanto na coluna lombar. O termo instabilidade segmentar é a perda da capacidade da coluna vertebral para manter seu padrão de deslocamento sob cargas fisiológicas normais.

 

Os músculos que estabilizam o corpo foram categorizados como local e global. O transverso abdominal (TA), multífidus, assoalho pélvico e diafragma são músculos locais, ao passo que os eretores da coluna, quadrado lombar (fibras laterais), oblíquos e reto abdominal são músculos globais. É preciso que os dois tipos de estabilizadores estejam funcionando corretamente.

 

Os pequenos músculos profundos, chamados de “estabilizadores locais” são os principais responsáveis por manter a integridade e a funcionalidade de todo complexo articular do quadril e coluna vertebral. Eles controlam e mantém a curvatura da coluna vertebral, são responsáveis pela propriocepção, se contraem de 30 a 110 milissegundos antes dos movimentos periféricos (recrutamento preparatório), e são trabalhados com cargas baixas de menos de 25% de uma contração máxima. Geralmente, quando existe uma disfunção articular eles ficam inibidos.

Os estabilizadores globais são mobilizadores provocando grande torque e grandes amplitudes de movimentos, portanto, controlam a orientação geral da coluna vertebral. Geralmente, quando existe uma disfunção articular eles ficam hiperativos e encurtados.

 

Quando existe dor também existe associado uma disfunção. Para um tratamento eficaz, é necessário duas intervenções principais: liberação da articulação e reabilitação muscular e proprioceptiva.

Existem técnicas específicas para liberar os tecidos e as articulações, podendo, desta forma, restaurar pequenas e grandes disfunções na região que causam a maior parte das instabilidades segmentares. São elas as técnicas de terapia manual Mulligan, Maitland e a Osteopatia, entre outras.

 

Para a prevenção e tratamento destas dores pélvicas também é necessário realizar alguns exercícios específicos utilizando o assoalho pélvico (períneo), principal ativador dos músculos locais estabilizadores profundos. São exercícios simples, mas não necessariamente fáceis de realizar. 

Há duas  estratégias de reabilitação de estabilização muscular:

- a abordagem de exercício de controle motor, enfatizando exercícios de treinamentos específicos para os músculos locais, e

- a abordagem de exercício geral, que inclui exercícios para os músculos globais.

 

É muito importante que a gestante faça um acompanhamento com um fisioterapeuta especializado em técnicas de terapia manual e de estabilização segmentar.

Para as cesáreas, partos normais e partos naturais humanizados, prevenir e tratar a dor na região da pelve é ter uma gestação de nove meses com saúde e com muito prazer. Mamãe com saúde é bebê saudável! Para os partos via vaginal é poder parir com prazer, diminuindo dores e desconfortos no trabalho de parto ativo e expulsivo; é aumentar a potencialidade do parto através de um períneo saudável, forte e eficaz; e é ter um pós-parto com excelente recuperação. Para cesáreas é necessário um cuidado especial para o pós-parto junto a uma pós-cirurgia abdominal baixa, no qual os músculos estabilizadores estarão extremamente prejudicados com a incisão cirúrgica em todas as camadas teciduais da região.

 

Existem testes específicos que são utilizados para avaliar a função da musculatura estabilizadora do quadril e lombar (mais conhecido como músculos do CORE). Como tal, um programa de reabilitação deve desenvolver a estabilidade através da realização de exercícios que desafiam os músculos locais e globais em uma variedade de posições, promovendo resistência e força muscular.

 

Marque uma avaliação e conheça como está o seu períneo e a função dos seus músculos estabilizadores na gestação e/ou pós-parto. O períneo é a chave da estabilização do corpo e ele, na gestação, fica completamente sobrecarregado. Cuide-se!

  

REFERÊNCIAS

C. A. Richardson and G. A. Jull. Muscle control - pain control. What exercises would you prescribe? Manual Therapy (1995) 1, 2-10. 

Jason Brumitt, J. W. Matheson, and Erik P. Meira. Core Stabilization Exercise Prescription, Part I: Current Concepts in Assessment and Intervention. Sports Health: A Multidisciplinary Approach 2013

Hides, J., Wilson, S., Stanton, W., McMahon, S., Keto, H., McMahon, K., Bryant, M., & Richardson, C. (2006). An MRI investigation into the function of the transversus abdominis muscle during "drawing-in" of the abdominal wall. Spine (Phila Pa 1976), 31(6), E175-8.

Hodges, P. W., & Richardson, C. A. (1997). Contraction of the abdominal muscles associated with movement of the lower limb. Phys Ther, 77(2), 132-42. 

Dharmarajan Rajalakshmi & N Sundaramurthy Senthil Kumar. Strengthening Transversus Abdominis in Pregnancy Related Pelvic Pain: The Pressure Biofeedback Stabilization Training. Global Journal of Health Science; Vol. 4, No. 4; 2012

 

 

Fisioterapeuta Dra. Lilian Sarli

Mestra pela Unicamp / Ortopedia e Medicina Esportiva
Crefito: 123955 - F
 
Gestação Saúde
 

Paulínia - (19) 3874-2134 / (19) 99267-3331  

 

Exercício Abdominal x Gravidez

EXERCÍCIOS ABDOMINAIS NA GRAVIDEZ É SAUDÁVEL!?

 

Exercício abdominal na gestação parece ser simples. Basta contrair o abdome e erguer o tronco do solo para fortalecer a região. Errado. A gestação requer muito cuidado com este exercício.

 

A musculatura abdominal, especificamente o transverso do abdome, tem relação direta com o períneo (músculos do assoalho pélvico). A ativação das fibras musculares destes dois músculos é feita conjuntamente.

 

O períneo forma uma estrutura no assoalho pélvico como se fosse uma rede de sustentação. Tudo que está acima dele, pesa sobre ele.  Durante a gestação, esta musculatura, além de sustentar os órgãos internos (bexiga, útero, intestino) é sobrecarregado pelo peso do útero que agora tem um bebê em crescimento.

 

Por ser um músculo como outro qualquer, o períneo, se não estiver bem treinado (na fase pré-gravidez) pode sofrer de fadiga muscular causando, como muitos já sabem, a famosa incontinência urinária durante ou no final da gestação.

 

 

 

Então, porque a gestação requer um cuidado especial com exercícios abdominais?

 

A fraqueza muscular do períneo mais a fadiga causada pela gestação afeta diretamente a estrutura muscular do abdome. Se você não tiver uma ativação muscular saudável do períneo também não obterá uma ativação saudável da musculatura abdominal, ou seja, a força exercida para conseguir erguer o tronco do solo será transferida para outros músculos, principalmente para a coluna vertebral.

Este ciclo de ativação muscular prejudicada de períneo e abdome faz com que outras estruturas, não aptas para este exercício, se adaptem para esta nova função, gerando dores e desconfortos no corpo além de aumentar a fraqueza muscular em períneo e abdome. Surge portanto, uma frase frequente das gestantes: “- Eu treino meu abdome de tudo quanto é jeito e sinto que ele não é trabalhado, além de eu ficar com dor nas costas. Ele continua fraco. O que eu faço de errado? Preciso parar de fazer exercícios para o abdome?”

 

Não. Não é preciso parar de fazer exercícios para o abdome. É necessário reaprender a fazê-los nesta nossa fase que é a gravidez.

 

Reaprendendo a fazer exercícios abdominais na gravidez

 

1) Fortalecer o músculo períneo.

 

Existem exercícios específicos para trabalhar a musculatura do assoalho pélvico. Com uma boa avaliação física de um fisioterapeuta, é preciso primeiro saber como está o seu períneo. É fundamental saber qual abordagem é necessária da fase em que a mulher se encontra. Existem exercícios com aparelhos de eletroterapia para mulheres que não tem nenhuma ativação do períneo; exercícios para propriocepção para mulheres que não conseguem fazer a contração; e exercícios para fortalecimento. Veja alguns exercícios no GUIA DE EXERCÍCIOS do site.

 

2) Trabalhar a ativação muscular de períneo mais abdome.

 

Existem exercícios de base para começar a trabalhar esse novo sistema de exercícios abdominais em conjunto com o períneo. Após aprender a contrair o períneo junto aos exercícios abdominais em solo, é possível variar a quantidade de exercícios que existem para o fortalecimento do abdome, inclusive os utilizados durante a prática de Pilates.

 

Assim é feito um trabalho completo para fortalecimento da musculatura abdominal de forma saudável e eficaz. É preciso muita atenção ao fazer exercícios na gravidez. O períneo deve ser sempre ativado e trabalhado de forma totalmente eficaz em qualquer atividade física.

 

Alerta: Se começar a sentir cansaço, dor ou desconforto na coluna lombar ou quadril, procure um fisioterapeuta para a orientação correta dos exercícios.

 

Exercícios abdominais na gravidez é saudável e fundamental, desde que sejam feitos da forma correta.

 

Procure a orientação de um fisioterapeuta na área da saúde da mulher.

 

Conheça seu períneo.

 

Por Lilian Sarli

 

Fisioterapeuta Dra. Lilian Sarli

Mestra pela Unicamp / Ortopedia e Medicina Esportiva
Crefito: 123955 - F
 
Gestação Saúde

Paulínia - (19) 3874-2134 / (19) 99267-3331

São Paulo - (11) 3938-1444 / (11) 98607-3430 

6 MOTIVOS PARA SE MANTER UM PERÍNEO SAUDÁVEL NA GRAVIDEZ

6 MOTIVOS PARA SE MANTER UM PERÍNEO SAUDÁVEL NA GRAVIDEZ: 

* Períneo (ou músculos do assoalho pélvico)

  

 

1) É UMA REGIÃO SAGRADA PARA A MULHER

 

Toda mulher deveria conhecer muito bem o seu períneo.

Ele é a chave da saúde da mulher, por envolver diversas áreas sagradas em uma única região:

 

- sexualidade/prazer (ato sexual) 

Durante o ato sexual a musculatura do períneo faz movimentos de contração e relaxamento ao redor do pênis aumento a satisfação sexual tanto da mulher quanto do homem. Esta contração perineal pode ser controlada pela e sentida pelo homem (quanto melhor o tônus muscular do períneo mais eficiente é sua contração e mais o homem consegue sentí-la).

 

- reprodução/gestação (gestar um filho);

O períneo é o principal músculo reprodutivo. Ele trabalha no início para conceber o bebê, através do ato sexual, e depois para gestar o bebê (sustentando “com saúde” o peso do bebê sem ocorrer incontinência urinária).

 

- potencialidade/parir (fase expulsiva do trabalho de parto);

Com movimentos de contração  de valsalva (contração para abertura do canal vaginal) da musculatura do períneo, vai ocorrendo o trabalho expulsivo do parto para o bebê passar pelo canal vaginal.

 

- saúde ginecológica (continência urinária);

Esta região também é perfurada por três canais importantes: a uretra, a vagina e o reto, que  quando são contraídos voluntariamente, suspendem os órgãos pélvicos e fecham estes orifícios.

O fechamento destes três orifícios (contração ao redor destes canais), auxiliam nas funções de:

- Constrição da uretra - ajuda no controle do fluxo da urina ao manter a uretra bem apoiada e fechada;

- Constrição do reto - ajuda no controle do fluxo de gases e fezes, valvulando o reto em ação conjunta ao esfíncter anal;

- Constrição da vagina - mantém o "tônus" da vagina ao pressioná-la contra a sínfise púbica.

 

- saúde ortopédica (força e elasticidade muscular, e estabilização da coluna vertebral e quadril).

O músculo períneo é a chave da estabilização muscular de toda estrutura cápsulo-ligamentar das articulações da coluna vertebral e quadril, podendo alterar todo o sistema postural.

 

2)  ELE SUSTENTA TODO O PESO DA BARRIGA (ÚTERO/BEBÊ) DURANTE OS 9 MESES DA GESTAÇÃO. 

 

O períneo fica na região inferior do quadril (da sínfise púbica até o cóccix), formando como se fosse uma rede de sustentação para o útero e os órgãos internos abdominais. 

- Na Mulher: Toda esta estrutura do assoalho pélvico, formado por músculos, ligamentos, nervos e fáscias, sustentam os órgãos internos (bexida, útero,  ovário e reto), e também mantêm seu posicionamento correto dentro da cavidade pélvica.

- Na gestação: Além de tudo, sustenta o peso da barriga/bebê. 

 

3) ELE FUNCIONA COMO QUALQUER OUTRO MÚSCULO DO CORPO

 

O músculo períneo:

- entra em fadiga muscular quando solicitado mais do que seu tônus (resistência) e força (potência) muscular aguenta (o aumento do peso da barriga aumenta a solicitação do períneo);

- ele envelhece e diminui o seu tônus muscular ao longo do tempo (depende da idade da gestante).

 

Isto quer dizer que o tônus e a força muscular do períneo depende totalmente da sua capacidade de resistência e potência muscular do estado atual que se encontra na gestação.

            Se o períneo da mulher estiver com uma boa preparação física quando engravidar, suportará o peso da barriga sobre ele durante os 9 meses, tranquilamente, sem nenhum tipo de fadiga muscular (intercorrências como a incontinência urinária, por exemplo, que é muito comum, mas não normal, durante ou no fim da gravidez).

Da mesma forma, um períneo com um bom preparo físico, ficará saudável durante toda gestação mesmo se a mulher estiver com idade mais avançada e com o tônus muscular geral diminuído (neste caso o tônus se manterá firme através do fortalecimento muscular).

  

4) ELE FAZ PARTE DA ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL E QUADRIL

 

            O períneo é a chave da estabilização muscular da coluna vertebral e quadril. 

            Durante a gestação, o corpo da mulher sofre diversas alterações, tanto hormonais (causando hiperfrouxidão ligamentar, propiciando, muitas vezes, uma "desestabilização" articular) quanto biomecânicas (alterações do centro de gravidade e postural). A ativação correta e tônus muscular eficiente do períneo geram um corpo extremamente qualificado para este período.

A estabilização segmentar, conhecido atualmente como fortalecimento do CORE, ocorre com o trabalho conjunto dos músculos diafragma (superior), abdominal e oblique (antero-lateral), paravertebrais e gluteos (posteriors) e assoalho pélvico/períneo (inferior).

Estes músculos, por serem ativados conjuntamente, um interfere no outro em relação à fraquezas e lesões musculares. Como durante a gestação o períneo é extremamente solicitado gerando fadiga e fraqueza muscular excessiva (incontinência urinária), esta sobrecarga afeta diretamente os outros músculos, podendo causar dor e desconforto na região da coluna vertebral e quadril pela instabilidade causada neste sistema. Por consequencia, tudo se estenderá também para o pós-parto.

 

5) ELE TRABALHA ATIVAMENTE NA FASE EXLPULSIVA DO TRABALHO DE PARTO

 

Durante o trabalho de parto, o períneo vai se amoldando através da ação do hormônio da relaxina e ocitocina para ganhar alongamento e elasticidade a cada minuto até chegar aos 10 cm de dilatação do colo do útero.  

 

Durante a fase expulsiva do trabalho de parto o períneo trabalha de três formas:

1) precisa fazer o movimento de valsalva durante as últimas contrações (fase em que as mulheres sentem aquela vontade de "empurrar"), empurrando o bebê para fora do canal vaginal;

 2) precisa saber relaxar no momento de espera entre uma contração e outra (fase muito importante em que a mulher recupera um pouco o fôlego, descansando e relaxando; sente como o seu corpo está e o que é preciso faze rem seguida; e sente como o seu bebê está e o que ele está informando);

3) e precisa se alongar para que a cabeça e o corpo do bebê passem sem ter nenhuma laceração no tecido perineal (seu alongamento máximo ocorre através da liberação de hormônios específicos durante o trabalho de parto e também com o trabalho externo realizado por um profissional da área da saúde no pré-natal).

 

6) ELE FAZ TODA DIFERENÇA PARA UM PÓS-PARTO MAIS SAUDÁVEL

 

Quanto mais bem preparado o períneo estiver durante toda a gestação mais  saudável estará no pós-parto e mais rápido será a recuperação da mulher.

 

Um períneo que se recupera melhor e mais rápido no pós-parto, significa que:

- o corpo terá maior estabilidade muscular, consequentemente, menos dor/desconforto articular e maior auxílio no retorno das articulações;

- o abdome terá maior facilidade para voltar ao que era antes da gravidez, uma vez que o períneo participa, em conjunto, da ativação desse músculo; 

- a vida sexual voltará mais rápido e com a qualidade igual ou melhor ao que era antes da gravidez;

- como resultado de um períneo e corpo mais estável e saudável, a mulher terá mais energia, disposição e força muscular para cuidar do seu bebê, principalmente com atividades que exigem mais força muscular com posições inadequadas para a coluna como colocar e tirar o bebê do berço e da cadeirinha/bebê conforto do carro, por exemplo. 

 

Veja o guía de exercícios para o períneo em: PERÍNEO e PERÍNEO + ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR.

 

Fisioterapeuta Dra. Lilian Sarli

Mestra pela Unicamp / Ortopedia e Medicina Esportiva
Crefito: 123955 - F
 
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